O Viagens Transformadoras nasceu de um desejo meu de que – ao conhecer histórias de outras fronteiras –  as pessoas se sintam melhor. Essa vontade se intensificou com minhas vivências pelo mundo.

Nos últimos 20 anos, viajei, vivi e trabalhei paralelamente em diferentes atividades aqui e em muitos países: Suíça, Líbano, França, Lituânia , Espanha… Fui freelancer para revistas brasileiras, de Angola e até da Noruega . E com elas também aprendi que às vezes a gente faz maravilhosas viagens sem sair do lugar. Convivi por um tempo com crianças e adolescentes num ex-campo de refugiados no Líbano  colhi uvas nos Alpes com amigos do mundo inteiro, inclusive aqueles que deixaram seus lares durante a Guerra da Bósnia (lugar que, na minha ignorância, eu nem me lembrava que existia até então); preparei bebidas em um restaurante francês liderado por um cozinheiro português e um esquentado dono italiano; fui assistente em uma escola maternal nas mesmas montanhas suíças onde vendi BlackBerrys e iPhones no balcão de uma loja a alunos de alguns célebres colégios internos internacionais. Fiz longas peregrinações com  minha mãe e tias – sempre de mochila nas costas e cajado na mão. O que aprendi na companhia dessas senhoras extraordinárias e com as pessoas que encontramos no caminho talvez ultrapasse o que eu aprenderia numa vida inteira como turista: desapego material, de hábitos e de egos. Testemunhei situações e iniciativas que os livros de história e as notícias na imprensa não alcançaram a sensibilidade de nos contar. E, sobretudo, ri, mas ri muito.

Dando tantos passos, comecei a notar o valor da perseverança , da tolerância, da simplicidade , da consideração pelo outro e da força interior .

E assim, finalmente,  veio à tona minha relação com as viagens como jornadas de transformação pessoal. Fui descobrindo caminhos de renovação e percursos iniciáticos. Para perto ou para longe, de longa duração ou uma simples caminhada de um dia.  Experiências que não estavam apenas disponíveis a quem tivesse muito dinheiro.

Enfim, acredito que precisamos viajar ou ouvir o que nos conta quem viajou. Lembrando que: a viagem pode ser longe ou para perto.  Pode ser um passeio pela sua cidade observando as casas de madeira antigas e seus jardins vernaculares; pode ser uma caminhada de fim semana; um trabalho voluntário em outro país ; uma vivência de autoconhecimento num ashram na Índia ou numa pousada terapêutica aqui pertinho na serra mais próxima; pode ser traçar o Caminho de Santiago na Espanha ou o Caminho da Fé aqui no Brasil conhecendo a vida e as boas práticas de cidadania que, mesmo num país sofrido, se mantêm em vilarejos quase escondidos; pode ser também um mês no interior de um país pouco conhecido

Uma viagem pode nos levar ao nada ou à releitura do cotidiano; pode representar busca, fuga ou mudança de rumo; poder ser um momento para abraçar alguém, reatar laços ou desprendê-los…

Viagens podem ser transformadoras!